quinta-feira, 18 de abril de 2024

Comércio de commodities tenta se adaptar a um contexto global em constante mudança


O comércio de mercadorias desempenha um papel crucial em tempos de incerteza econômica e geopolítica, com um valor significativo de mais de 100 mil milhões de dólares em EBIT e mais de 150 mil milhões de dólares em margem bruta em 2023. Artigo da Mckinsey comenta que esse aumento no valor das matérias-primas atraiu novos concorrentes, gerando maior necessidade de liquidez e gestão de riscos. Isto poderia impulsionar a transição energética através de investimentos em tecnologias e produtos emergentes, contribuindo para os objetivos climáticos globais.

Além disso, embora os preços das matérias-primas tenham registado menos instabilidade, o comércio continua restritivo e as alterações na procura e na oferta são mais difíceis de prever. Petróleo bruto e produtos. Mesmo que a rentabilidade do petróleo bruto e dos produtos derivados tenha diminuído em 2023, continuam a ser o maior grupo de valor neste setor, com instabilidade significativa na sua disponibilidade física devido aos reajustamentos nos fluxos comerciais na sequência de acontecimentos como o conflito Rússia-Ucrânia e os ataques Houthi no Mar Vermelho.

Espera-se também um aumento no número de grandes players no comércio de petróleo, o que poderá intensificar a concorrência no mercado. As empresas petrolíferas nacionais e os comerciantes de petróleo tradicionais estão aumentando as suas capacidades comerciais, enquanto os operadores intermédios de menor escala poderão enfrentar dificuldades devido a restrições de capital e de risco.

No entanto, isto também poderia criar oportunidades para empresas especializadas, especialmente na petroquímica. Já na energia e no gás observa-se um aumento dos valores comerciais, com instabilidade persistente na Europa. A concorrência poderá aumentar com a expansão dos serviços públicos, das energias renováveis ​​e das empresas tecnológicas. O mercado de Gás Natural Liquefeito (GNL) continuou a crescer em 2023, mantendo a sua importância para a segurança energética na Europa.

A capacidade de importação desta energia aumentou significativamente, com um acréscimo de 40 mil milhões de metros cúbicos (bcm) em 2023. Em 2023, os setores metalúrgico e mineiro registraram um declínio na rentabilidade devido aos elevados custos de energia e à redução dos preços das matérias-primas a partir de 2022. Embora a produção de níquel tenha aumentado, especialmente na Indonésia, o crescimento do lítio foi moderado.

No futuro, espera-se que a mineração e os metais se tornem mais importantes devido ao aumento da procura impulsionado pela transição energética. Isto poderia criar novos poderes geopolíticos e alterar a dinâmica comercial. Espera-se que os grandes intervenientes na indústria mineira se envolvam em atividades mais comerciais, intensificando a concorrência. Ao mesmo tempo, o mercado de metais menores, como o cobalto, está a crescer, oferecendo novas oportunidades para comerciantes focados em dados.

Por exemplo, prevê-se um aumento na procura de urânio nos próximos anos para satisfazer a necessidade de energia nuclear no cabaz energético limpo.  A interligação entre os mercados de matérias-primas, especialmente no domínio da energia, aumentou consideravelmente. A Mckinsey prevê até que os transportadores ativos de GNL ultrapassarão os petroleiros até 2028.

É também importante destacar que a flexibilidade nos contratos de longo prazo está aumentando, impulsionada por eventos geopolíticos que geram incerteza na procura. Isto leva a uma maior exposição aos preços globais, uma vez que os volumes residuais são normalmente definidos nos níveis atuais do mercado. No entanto, nem todos os mercados seguem este padrão. Em setores onde a segurança da cadeia de abastecimento é crucial, como a agricultura e alguns metais, as autoridades locais protegem-nos frequentemente.

Esta interligação poderá levar a desequilíbrios adicionais entre os mercados e, por sua vez, gerar oportunidades comerciais adicionais. Energia renovável A transição energética para uma economia energética líquida zero está a ganhar impulso, com a eletricidade a ocupar o centro das atenções. Para atingir os objetivos do Acordo de Paris, a eletricidade deverá registrar um crescimento anual até 5%, atingindo um valor entre 1,3 e 2,4 biliões de dólares até 2040.

Este crescimento baseia-se na substituição progressiva de hidrocarbonetos por fontes de energia renováveis, tais como como eólica e solar. No entanto, a transição para uma maior dependência das energias renováveis ​​apresenta desafios únicos. A geração de energia deve estar intimamente ligada ao seu consumo, exigindo um desenvolvimento significativo da infra-estrutura energética. Além disso, o aumento da procura de energias renováveis ​​implica uma maior necessidade de outras matérias-primas, como o aço, o cobre e o alumínio, utilizadas na produção.

Expansão da Bianchini no complexo portuário de Rio Grande é discutido em reunião na sede da Antaq

O presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, liderou a participação da Autoridade Portuária na reunião que debateu o projeto de expansão para o aprimoramento da empresa Bianchini no carregamento de grãos em Rio Grande. O encontro aconteceu na sede da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), em Brasília. 

Acompanhados do representante da empresa gaúcha, Aluísio Sobreira, eles foram recepcionados pela equipe do diretor-geral da ANTAQ, entre eles o assessor de diretoria, Lucas Fernando Vaquero, o gerente de outorgas de autorização, Eduardo Queiroz, e o gerente de portos organizados, Marcus Tavares. A reunião foi uma oportunidade para debater os investimentos futuros que serão realizados no terminal.

Alkmin diz que "é difícil pensar uma área em que não haja parceria entre Brasil e China"

Segurança alimentar, infraestrutura, transição energética e mudanças climáticas num contexto de complementaridade econômica e comercial com a China. Esses foram alguns dos grandes temas apontados pelo presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, como oportunidades para o Brasil se destacar ainda mais no cenário internacional e enriquecer a parceria com o país asiático.

Alckmin participou na manhã desta quarta-feira, 17 de abril, da Conferência Internacional “50 anos da relação Brasil-China: cooperação para um mundo sustentável”. O evento foi realizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) em parceria com o Institute of Latin American Studies da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS), principal organização acadêmica e centro de pesquisa especializado em filosofia e ciências sociais da China.

O vice-presidente saudou os 50 anos de parceria entre os dois países e lembrou que se completaram também 20 anos desde a criação da Cosban ( Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação) — criada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2004 — hoje principal mecanismo de diálogo regular entre Brasil e China.

"A China é o maior parceiro comercial do Brasil. A complementaridade econômica e comercial entre os dois países é impressionante", afirmou Alckmin. "É um importante investidor no Brasil e as oportunidades são muitas: nas áreas do Novo PAC, infraestrutura, energia renovável, automotiva, carros híbridos, veículos elétricos, complexo da saúde, indústria aeronáutica. É difícil uma área que não haja uma parceria entre Brasil e China, uma amizade que só se consolida e que avança", pontuou.

Para o presidente em exercício, o contexto econômico nacional é favorável para incrementar essa balança. "O Brasil vive um bom momento. O Risco Brasil, que era de 258 pontos, caiu para 130. A inflação caiu, o desemprego caiu, os juros continuam em queda, subiu o PIB, avançou a economia, cresceram as exportações e a China tem papel extremamente relevante nisso", destacou.

Alckmin também destacou investimentos recentes anunciados por empresas da China no Brasil. "O fluxo de comércio é superior a US$ 150 bilhões e crescente. Com o Programa Mover, na indústria automotiva, já são US$ 125 bilhões de investimento estrangeiros anunciados em nosso país, com dois grandes representantes da indústria chinesa: a BYD e a GWM", frisou.

ESTRATÉGICO - O embaixador da República Popular da China no Brasil, Zhu Qingqiao, afirmou que o evento não apenas captura as tendências atuais do desenvolvimento global, como também ressalta o significado estratégico entre a cooperação sino-brasileira. "Esses 50 anos têm sido marcados pela interação de alto nível, cada vez mais intensa, aprofundamento contínuo, confiança estratégica e resultados profícuos em todas as áreas", disse. "No ano passado, o presidente Lula fez uma visita bem -sucedida à China, e junto com o presidente Xi Jinping, deram orientações para abrir um novo futuro para as relações sino-brasileiras na nova era, injetando o ímpeto vigoroso para expandir e aprofundar nossa cooperação em todos os setores", acrescentou.

Também celebrou o retorno e aprofundamento das relações bilaterais entre dois países a diretora-geral do Instituto de Economia Industrial da CASS, Dan SHI, que ressaltou que o diálogo vem se tornando mais frequente e forte. "A parceria Brasil-China está em uma nova quadra, com novas oportunidades em um momento de grande crescimento da China. O Brasil tem projetos de neoindustrialização, Programas de Aceleração do Crescimento e essa parceria permite sinergia entre programas brasileiros e chineses".

RETOMADA — Secretário da Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, o embaixador Eduardo Paes Saboia abordou o fortalecimento do relacionamento sino-brasileiro. "Ao longo dos últimos 50 anos, nossos governos têm trabalhado para ampliar convergências, tendo como fundamento os interesses e visões de mundo comuns. O relacionamento bilateral possui caráter pragmático e construtivo, baseado no respeito mútuo e uma ampla agenda de cooperação, com o objetivo de alcançar resultados concretos em benefícios de nossas sociedades e de toda a humanidade".

O presidente do conselho curador do Cebri, José Pio Borges, classificou o momento como um encontro de ativa importância para ambas as nações. "Nos reunimos para comemorar uma parceria frutífera e explorar o potencial de colaboração entre os nossos países, em prol de um futuro sustentável e de inovação", afirmou, ressaltando a importância de o Brasil pautar temas de interesse das duas nações durante a Presidência brasileira do G20.

COSBAN – A Cosban, copresidida pelos vice-presidentes de ambos os países, terá sua VII Sessão Plenária nos próximos dias 5 e 6 de junho, em Pequim. Em 2023, o presidente Lula visitou a China, fortalecendo as relações diplomáticas entre os países. Em novembro, é esperada a visita do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil. A Cosban congrega 11 subcomissões: Política; Econômico-Comercial e de Cooperação; Econômico-Financeira; Indústria, Tecnologia da Informação e Comunicação; Agricultura; Temas Sanitários e Fitossanitários; Energia e Mineração; Ciência, Tecnologia e Inovação; Espacial; e de Cultura e Turismo; e Meio Ambiente.

 

Antaq apresenta projetos de descarbonização do setor aquaviário na Câmara dos Deputados

O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Eduardo Nery, detalhou os projetos da Agência focados na descarbonização do setor aquaviário em audiência pública promovida pela Comissão Especial da Transição Energética e Produção do Hidrogênio Verde no Brasil, nesta semana, na Câmara dos Deputados.

Entre as ações da agenda ambiental apresentadas estão a entrega, no ano passado, do estudo dos Impactos das Mudanças Climáticas nos Portos Brasileiros e o diagnóstico de como os portos brasileiros estão se preparando para a Transição Energética, um estudo que está sendo feito em parceria com a agência de fomento alemã GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit).  Além do Inventário de Emissão de Carbono do Setor Aquaviário, cuja primeira fase está planejada já para 2024. “A ANTAQ sempre teve a sustentabilidade como prioridade”, destacou Nery.

Em relação ao inventário, o diretor-geral explicou que “a proposta é que cada terminal e cada porto público realize seu inventário de carbono e envie para a agência consolidar as informações, para que saibamos quanto o setor aquaviário emite de carbono. As metas de emissão do Acordo de Paris estão postas. O inventário será uma ferramenta para medir se estamos atingindo essas metas”.

Ele ressaltou ainda a importância das hidrovias para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa. As hidrovias poluem cinco vezes menos que o transporte rodoviário e tem menor custo de implementação e de operação entre os modais de transportes rodoviário e ferroviário. 

A audiência pública foi requerida pelo deputado Leônidas Cristino (PDT-CE). Além do diretor-geral da ANTAQ, participaram da sessão o novo secretário nacional de Hidrovias e Navegação do Ministério de Portos e Aeroportos, Dino Antunes; o vice-presidente de Políticas Públicas do Grupo Maersk, Danilo Veras; e a pesquisadora associada do International Council on Clean Transportation – ICCT, Francielle Carvalho. A Comissão Especial da Transição Energética e Produção do Hidrogênio Verde no Brasil foi instalada no meio do ano passado e é presidida pelo deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).

 

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Tarifas de fretes spot mantém tendência de baixa, mas escalada do conflito no Oriente Médio traz novas incertezas


A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) acredita que se as previsões de chuva forem cumpridas poderá aliviar gradualmente as restrições de trânsito e retomar as operações normais até 2025. Mesmo assim um certo nível de certeza foi introduzido no horizonte para o transporte marítimo em relação a um dos pontos de estrangulamento mais importantes do país,  a indústria marítima e o comércio global.

Ao contrário do imaginado, o que se pode ver no Canal de Suez e na região do Médio Oriente em geral é devastador. Isto, depois da operação do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã que culminou com o embarque do porta-contêineres de 15.000 TEU “MSC Aries”, enquanto navegava no Estreito de Ormuz – prelúdio do Golfo Pérsico – e depois prosseguindo para apreendê-lo e direcioná-lo para águas iranianas (foto).

Com este ato, as águas do Golfo Pérsico e do Irã juntam-se ao Mar Vermelho como área de risco para a navegação marítima comercial internacional. Além disso, a situação deverá expandir-se, tendo em conta o ataque massivo de drones e mísseis lançados do Irã contra Israel em 13 de abril. Isto sem contar a possível reação militar de Israel ao ataque, que no momento da redação deste relatório ainda não tinha sido realizado.

O único consolo talvez seja que a navegação pelo Cabo da Boa Esperança já se estabilizou como rota praticamente obrigatória para 13% do comércio marítimo. O impacto desta situação foi bem absorvido pela indústria naval que, felizmente, tem um excesso de capacidade que lhe permitiu amenizar o golpe do que significa seguir esta rota que é 10% mais longa e, portanto, mais cara para conectar a Ásia.

Além disso, a oferta de navios deverá crescer 9,1% neste ano e 4,1% no próximo, segundo a Bimco, o que contribuiria para a manutenção da situação. A decisão dos armadores de aumentar a vida útil dos seus navios mais antigos também colaborou na missão anterior. Prova disso é que o desmantelamento de barcos nos últimos dois anos caiu para 0,1% da frota mercante, o nível mais baixo em 20 anos, segundo relatório da Bimco.

Nas últimas duas décadas, a média foi de 0,45%. O excesso de capacidade e o fato de a situação atual ocorrer durante a época baixa global para o transporte de contentores contribuiu para que as tarifas mantivessem uma tendência descendente. De acordo com o Freightos Baltic Index (FBX), as taxas de frete spot da Ásia para a América do Norte diminuíram mais de 30% desde o seu pico em fevereiro, e para o norte da Europa e Mediterrâneo caíram 25% desde janeiro, mas aproximadamente duplicaram os seus níveis em 2019.

As tarifas estão agora na faixa dos 3.000 a 4.000 dólares/FEU para estas rotas, o que, “sugerem os recentes anúncios de tarifas de Abril, é o piso esperado pelos proprietários de carga enquanto os desvios continuarem a aumentar os custos e absorver capacidade”, afirma Judah Levine, chefe da Freightos Analysis. O Índice Mundial de Contêineres (WCI) da Drewry também captura a tendência de queda nas taxas globais, mostrando um declínio de 1% para US$ 2.795/FEU na semana passada.

Destacam-se ainda os números da rota Xangai-Nova Iorque, que apresentam uma descida de 4% ou 184 dólares semanais para 4.710 dólares/FEU, na semana anterior; e registro na rota Xangai - Los Angeles que caiu 2% ou US$ 70 semanais para US$ 3.634/FEU na semana passada. O que precede não elimina as dificuldades que podem começar a surgir nas cadeias de abastecimento em torno do Golfo Pérsico e num amplo raio que se estende para além da Índia e da África Oriental, uma vez que, como explicou o analista da indústria marítima, Lars Jensen, grandes centros de distribuição nos EAU servem estas regiões, o que poderia levar a problemas de congestionamento em portos importantes, como Salalah e Sri Lanka, bem como em outros pontos críticos, como Singapura, Tanjung Pelepas e Port Klang.

De fato, segundo a Freightos, as tarifas dos hubs aéreo-marítimos do Médio Oriente continuaram a aumentar em Abril devido aos desvios do Mar Vermelho, atingindo 3,47 dólares/kg para a América do Norte e 1,81 dólares/kg para o norte da Europa, o que representa respectivamente um valor de 12%. e 24% superior ao do início da crise do Mar Vermelho, agora alargada a toda a região do Médio Oriente e que, infelizmente, poderá transcender essa área dependendo da escalada do conflito na região.

Porto Itapoá recebe em abril certificação internacional por uso de energia de fontes renováveis

O Porto Itapoá (SC) recebeu em abril a certificação internacional I-Rec (Renewable Energy Certificate), que atestou que 100% da energia elétrica utilizada pelo Terminal em 2023 veio de fontes renováveis. Ao todo, foram mais 46 mil MWh utilizados no ano passado.

O presidente do Porto Itapoá, Cássio Schreiner, explica que o objetivo é neutralizar as emissões de carbono para o chamado Escopo 2. “Este é um termo usado pelo setor produtivo internacional para designar as emissões relacionadas ao consumo de energia elétrica adquirida de um fornecedor externo”, detalha.

 

Em 2023, o Porto Itapoá mudou sua política de aquisição de energia no sistema nacional, optando por consumir, nos novos contratos, somente energia de fontes renováveis. A transação é certificada pelo I-REC.

 

Neutralização de carbono

O Porto Itapoá lançou em 2023 o Projeto de Neutralização de Carbono – em parceria com o Grupo Ambipar, – para compensação de emissões de carbono dos clientes. Com isso, será o primeiro porto do Brasil a possibilitar a inclusão de créditos de carbono em suas operações.

 

O projeto começa efetivamente em 2024 e vai permitir aos clientes do Terminal comprarem créditos de carbono para compensar as emissões de suas transações.

 

Selo ouro

O porto conquistou pela segunda vez, no ano de 2023, o selo ouro do GHG Protocol, programa implementado no Brasil pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGVces) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente. Além disso, investiu mais de R$ 25 milhões em novos RTGs autônomos – será o primeiro terminal da América do Sul a operá-los – que consomem até três vezes menos combustível que os convencionais.

 

O Porto Itapoá também está desenvolvendo um projeto para captação de energia solar, com placas já instaladas para o estudo específico de incidência de luz solar em Itapoá. “Os dados que temos disponíveis hoje dizem respeito à macrorregião em que estamos localizados, por isso precisamos entender melhor as particularidades dessa fonte de energia no nosso município”, salienta o presidente do Terminal.

Gigante chinesa BYD desembarca quase 2 mil carros elétricos no Complexo do Suape

Uma megaoperação de automóveis no Cais 3 do Terminal de Contêineres (Tecon) do Porto de Suape está movimentou nessa semana 1.972 veículos elétricos, de modelos diversos, da Build Your Dreams, conhecida em todo o mundo como BYD. A empresa chinesa, que tem sede na cidade de Xiam, no país asiático, é líder global na fabricação de automóveis, caminhões e ônibus movidos a baterias elétricas. A embarcação partiu do Porto de Nansha e levou 34 dias para chegar à costa pernambucana.

A operação mobilizou dezenas de profissionais. Após os trâmites alfandegários, os carros deixarão o porto com destino a concessionárias espalhadas pela região Nordeste. A importação das unidades chinesas reforça a importância do HUB de Veículos de Suape, que registrou crescimento de 42% em 2023 em relação ao ano anterior.

O navio Zhong Yuan, de bandeira chinesa, transportou os veículos até Suape em contêineres adaptados para que os automóveis chegassem ao porto em perfeito estado. Após o descarregamento,  os veículos foram levados para o Pátio Público de Veículos de Suape (PPV). A operação foi viabilizada pela Nexus, empresa nacional do grupo K-Line que atua no ramo logístico automotivo e de cargas de projeto, sendo responsável por boa parte da movimentação no hub de veículos do atracadouro pernambucano.

Em fevereiro deste ano, representantes da BYD visitaram o Porto de Suape para conhecer a infraestrutura e os projetos que estão sendo desenvolvidos para a expansão das operações. “O desembarque de quase duas mil unidades da BYD, para posterior distribuição nos Estados da região, é mais um case de sucesso do nosso hub de veículos, que expande, gradativamente, seu raio de alcance. É uma notícia muito positiva para Suape, para Pernambuco e para o Nordeste”, pontua o diretor-presidente da estatal portuária, Marcio Guiot.

A BYD é pioneira de soluções em energia limpa. Com foco na transição energética sem emissão de poluentes, a empresa já dispõe de fábricas de montagem de chassis de ônibus 100% elétricos e de produção de módulos fotovoltaicos, ambas localizadas  em Campinas (SP), além de uma terceira unidade fabril instalada na Zona Franca de Manaus (AM), onde produz baterias de fosfato de ferro-lítio.